“Há múltiplas experiências do EPE, há múltiplos resultados e múltiplos desequilíbrios e essa é uma questão que deve ser enquadrada para que se estipule um modelo de abordagem que não poderá deixar de responder a este desequilíbrio”, disse António Braga.
O titular da pasta da Emigração falava aos jornalistas à margem do colóquio “Políticas e Práticas de Ensino de Português para as Comunidades Portuguesas”, que se realiza hoje e quarta-feira em Lisboa.
Organizado pela Secretaria de Estado das Comunidades e pelo Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), o colóquio pretende discutir a responsabilidade do Estado, o regime de funcionamento e o recrutamento de docentes no EPE, bem como a passagem da sua tutela do Ministério da Educação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Para o secretário de Estado das Comunidades, os dois dias de reflexão podem “dar contributos muito construtivos que devem ser levados em linha de conta”.
António Braga identificou como principais desafios a ultrapassar a desigualdade no tratamento dos alunos de português no estrangeiro, a desigualdade no apoio que é prestado dentro da União Europeia e fora dela e os desafios que surgem de África e da América Latina.
O titular da pasta da Emigração destacou ainda os acordos bilaterais que têm sido feitos com alguns países no sentido de se integrar o português como língua de opção nos currículos escolares.
Sublinhando não querer influenciar futuras decisões políticas, António Braga disse apenas que o EPE deve ser adequado ao país onde é leccionado.
“Não podemos estar de acordo quanto a encontrar uma solução idêntica para todos os continentes e todos os países”, afirmou.
Questionado sobre a altura da transição do EPE para o Instituto Camões, o titular da pasta da Emigração disse que vai decorrer durante o ano de 2008.
Por seu lado, o presidente do Conselho das Comunidades, Carlos Pereira, afirmou que estes dois dias de colóquio devem definir “o tipo de ensino que se quer dar à comunidade portuguesa”.
“Não é importante discutir aqui sobre a relevância da língua portuguesa e se ela deve ou não ser debatida enquanto língua materna ou estrangeira. Deve discutir-se o tipo de ensino que de deve dar aos nossos filhos”, defendeu.
O colóquio “Políticas e Práticas de Ensino de Português para as Comunidades Portuguesas” termina quarta-feira e conta com a participação de coordenadores do ensino no estrangeiro, conselheiros das comunidades e especialistas.
MCL.
Lusa/fim