As escavações realizadas até à data, permitem afirmar que, entre os séculos I e II d.C., surgiu uma urbe nesta área. Existiam no seu interior diversos elementos residenciais, caracterizados pela sua multicompartimentação de planta rectangular. algumas destas estruturas apresentam-se parcialmente escavadas na rocha, enquanto outras foram, na sua totalidade, construídas com muros.
Os edifícios encontram-se, contudo, sempre implantados em pátios lajeados, encontrando-se as suas paredes interiores alisadas e estucadas. Comum a todas estas residências constituí a presença de esgotos.
Além disso, o povoado detinha toda uma área perfeitamente delimitada e preferencialmente vocacionada para a produção artesanal especializada, que seria complementada por uma outra de carácter comercial, que justificativa da construção de um forum, no centro do qual localizava-se o incontornável templo.
Apesar dos evidentes condicionalismos geomorfológicos da zona de implantação desta cidade, os seus construtores demonstraram uma evidente preocupação em dotar o povoado de todo o tipo de equipamento que possibilitasse a sua equiparação a uma verdadeira cidade romana, transformando-a num assumido centro de atracção e, até mesmo, de decisão. De entre esses edifícios, haverá que destacar as termas, a basílica e o templo, para além do mencionado forum.
Na realidade, Tongobriga acabaria por ocupar uma área total de cerca de 30 hectares, abrangendo a própria necrópole. Comparativamente às demais urbes da época, esta poderia ser considerada de médias proporções.
De todos os equipamentos colectivos existentes na cidade, as termas detinham, sem dúvida, um papel fundamental e central na vida quotidiana dos seus habitantes, assim como dos das suas vizinhanças. Assim, de toda a zona intervencionada é, precisamente, a termal a melhor conhecida, com o seu frigidaerium e natatio, além de uma área aquecida distribuída por dois compartimentos, com o seu respectivo praefurnium. Localizados numa zona coberta, abobadada, é nas suas proximidades que encontramos um pequeno balneário pré-romano.
O facto desta estrutura ter sido integralmente esculpida no afloramento granítico, obrigou a que o seu programa decorativo, em forma de cordão – semelhante ao da Citânia de Sanfins -, fosse executado numa pedra separada, posteriormente aplicada nas paredes lisas do seu interior.
Entretanto, localizava-se nas proximidades destes vestígios um lagar escavado na rocha, bem como dois núcleos sepulcrais, enquanto que a Sul das termas, e já fora do perímetro interno de Tongobriga, detectou-se uma necrópole de incineração e de inumação. As escavações efectuadas até ao momento colocaram a descoberto sepulturas intactas cavadas no próprio afloramento granítico e orientadas paralelamente à estrada romana que atravessava a urbe.
No âmbito da filosofia de intervenção nos monumentos arqueológicos visitáveis, foi instalada na Área Arqueológica do Freixo, em 1990, a Escola Profissional de Arqueologia, promovida conjuntamente pelo IPPAR e pelo Departamento de Ensino Secundário, do Ministério da Educação, com o propósito primordial de formar Assistentes de Arqueologia, técnicos de Património Cultural, tendo iniciado igualmente no ano de 1997-1998, o Curso de Assistente de conservação. Todo este projecto insere-se numa política de conservação preventiva e curativa das estruturas e espólios móveis escavados neste sítio arqueológicos, ao mesmo tempo que se promove a sua valorização.
Entretanto, o IPPAR criou um Gabinete ao qual cabe a responsabilidade da investigação, conservação, gestão e divulgação de toda a área arqueológica de Tongobriga.
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Endereço : Área Arqueológica do Freixo Rua António Correia de Vasconcelos 4630-095 Freixo, Marco de Canaveses
Horário : 9:00/12:30 – 14:00/17:30
Encerra às segundas-feiras
Ingresso Normal : € 2
Jovens (15 a 25 anos) e reformados : € 1
Portadores do Cartão Jovem : € 0.8
Crianças até aos 14 anos : gratuito.
Telefone : +351 255 531 090 Fax : +351 255 521 047 E-mail : tongobriga@mail.telepac.pt
Serviço Educativo : Encontra-se em fase de projecto o Centro de Interpretação da Área Arqueológica do Freixo.
Visitas Guiadas : A Área Arqueológica do Freixo possui guias ; as visitas podem ser marcadas previamente, sendo, no entanto, indispensável a sua confirmação via telefone, fax ou correio, para os contactos acima indicados.
Loja : Loja com publicações de apoio aos visitantes e materiais de divulgação.
Acessos :
Acesso a Deficientes : Tem. A Recepção disponibiliza uma cadeira de rodas a todos aqueles que necessitarem.
A partir da cidade do Porto entra-se na Auto-estrada A4, em direcção a Vila Real, saindo em Marco de Canaveses. Depois de atravessar a ponte sobre o rio Tâmega, a Área Arqueológica do Freixo encontra-se devidamente assinalada.