A terceira e premiada longa-metragem do realizador Miguel Gomes, “Tabu”, estreia-se na quinta-feira em nove salas de cinema em Portugal, numa altura em que tem garantida, segundo a produtora, a exibição internacional em 17 países.
“Tabu”, co-produção entre Portugal, França, Alemanha e Brasil, é uma saga a preto e branco, sobre um amor passado em África, e conta no elenco com Ana Moreira, Laura Soveral, Teresa Madruga e Carlotto Cota, entre outros.
O filme foi distinguido em fevereiro, no festival de cinema de Berlim, com o prémio Alfred Bauer para a Inovação e com o prémio especial da crítica.
Em março, conquistou o prémio Lady Harimaguada de Prata no Festival de Las Palmas, em Espanha.
A propósito da estreia de “Tabu”, o espaço Nimas, em Lisboa, recordará a cinematografia de Miguel Gomes, exibindo, na sexta-feira, as curtas “Inventário de Natal”, “Entretanto”, “Cântico das Criaturas”, “Kalkitos” e “Trinta e Um”.
As longas-metragens “A cara que mereces” e “Aquele querido mês de Agosto” serão exibidas no sábado e domingo, respetivamente.
Em “Tabu”, Miguel Gomes trabalhou a ideia da memória, “a memória de coisas extintas, a memória de alguém que morre e de uma sociedade que também já se extinguiu”, contou Miguel Gomes à Agência Lusa, quando o filme passou em Berlim.
“Havia também a vontade de dialogar com um cinema que já desapareceu, o cinema clássico americano, e também o cinema mudo”, disse.
O filme conta a história de Aurora, em duas partes marcadas por fortes contrastes (velhice/juventude, monotonia/aventura, cidade/selva).
A primeira parte do filme, intitulada “Paraíso Perdido”, é passada em Lisboa, relata uma vida banal de três personagens – a idosa Aurora (Laura Soveral), a sua empregada africana, Santa (Isabel Cardoso), e Pilar (Teresa Madruga), uma vizinha empenhada em causas sociais -, e termina com a morte de Aurora.
Na segunda parte, que dá pelo nome de “Paraíso”, vemos então a jovem Aurora (Ana Moreira), filha de um colono português em África, dona de uma fazenda, mulher casada que trai o marido com o baterista de uma banda, cometer um assassínio, no auge da tragédia amorosa.
Durante esta segunda parte, os atores não falam, ouvindo-se apenas o narrador e a banda sonora, em jeito de homenagem de Miguel Gomes ao cinema mudo, principalmente a um dos seus grandes mestres, o alemão Friedrich Wilhelm Murnau.
“Tabu” é a terceira longa-metragem de Miguel Gomes (Lisboa, 1972) e sucede a “Aquele querido mês de agosto” (2008) e “A cara que mereces” (2004) e a várias curtas-metragens.
FONTE: Bomdia.lu