Começou a dar os primeiros toques na bola aos cinco anos e nunca mais parou. Hoje, às portas da maioridade, Soraia Matos joga na primeira divisão feminina, mas gostaria de chegar mais longe.
“Pode dizer-se que foi graças aos meus irmãos que comecei no futebol. Foi com eles que aprendi um pouco”, revela a jovem luso-descendente. O pontapé de saída foi dado nas camadas infantis do clube belga RSC Anderlecht, onde Soraia Matos se manteve até aos seus 9 anos. “Muitas vezes, ia ver os jogos e estava sempre com a minha bola. Acabei por jogar no Anderlecht com os rapazes e, depois, não me foi difícil encontrar um clube feminino”, recorda.
Seguiu-se a participação num campeonato espanhol que decorreu em Bruxelas, porém, “não foi muito sério para o meu gosto”. Por isso, Soraia não arrumou as chuteiras e procurou outros clubes até conquistar o seu lugar no FC Fémina White Star Woluwe, onde joga como médio desde 2009. “Sou uma pessoa que gosta de desporto e especialmente de futebol”, sublinha.
Nascida em Santo Tirso, Soraia tem 17 anos e, em paralelo com a prática desportiva, estuda marketing. “Na minha vida, dou tudo pelo meu desporto do coração, porque há 12 anos que jogo futebol e não vou baixar os braços. Espero chegar tão longe quanto possível.” Ao longo da sua carreira, a jovem ainda não alcançou nenhum título, “mas poderá acontecer este ano”.
Já na terceira temporada no FC Fémina White Star Woluwe, a jovem treina três vezes por semana e tem alguns cuidados na sua rotina diária, nomeadamente na alimentação. “O futebol permitiu-me conhecer muitas pessoas, fazer amigos e o meu humor também melhorou. Jogar à bola ajuda a descarregar um pouco o stress”, remata.
Orgulho luso
Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão e Nani são os jogadores portugueses que servem de modelo e de inspiração para Soraia. “Para mim, o melhor jogador é o Cristiano Ronaldo. Gosto de seu estilo de jogo”, destaca.
Fora das quatro linhas, a luso-descendente revela ainda que “mesmo a jogar na primeira divisão feminina, o objectivo é avançar o máximo e o sonho é jogar na Selecção Portuguesa”. Quando entra em campo, Soraia só quer “lutar até o fim” e provar o que o plantel é capaz de fazer. “Somos uma equipa muito jovem e cada uma das nossas jogadoras tem um enorme potencial.”
Soraia considera que, actualmente, o futebol feminino está a desenvolver-se cada vez mais, o que é “realmente óptimo”. “Além disso, há uma grande quantidade de meninas com muito potencial”, acrescenta. Por isso, as diferenças entre futebol feminino e masculino tendem a ser atenuadas, mantendo-se apenas o facto de “os homens serem mais bem pagos”.
Patrícia Posse