Esta campanha, bastante homogénea em todas as suas partes, teve início no episcopado de D. Miguel Salomão, pelo início da década de 60 do século XII, e prolongou-se até à primeira metade do século XIII, altura em que ficou concluído o portal principal.O templo, de três naves, transepto ligeiramente saliente, torre lanterna sobre o cruzeiro e cabeceira tripartida, significa uma ruptura para com o esquema de catedrais românicas seguido até então no nosso país (Braga e Porto) e constitui um ponto de partida à chamada tipologia de catedrais do Sul (Coimbra, Lisboa e Évora). Para este facto muito terá contribuído a acção de Mestre Roberto, arquitecto de origem francesa que trabalhou também na Sé de Lisboa e em Santa Cruz de Coimbra, e que se deslocou pelo menos duas vezes à Catedral coimbrã para resolver problemas estruturais.
De todo este projecto inicial destaca-se a profusão de capitéis decorados com temas vegetalistas e animalistas, no que constitui o mais rico programa iconográfico do Românico português e, especialmente, a configuração de fortaleza da fachada principal, organizada segundo um esquema compacto tripartido, com o corpo central avançado e duas poderosas torres inscritas na massa fortificada, toda ela terminando em ameias.
No início do século XIII procedeu-se à construção do claustro, o primeiro gótico em solo português. O início das obras situam-se pelo ano de 1218, depois de um moroso processo preparatório, provavelmente relacionado com a desobstrução da área citadina que viria a ocupar. A sua implantação parece ter obedecido à configuração do terreno, daqui resultando uma quadra perfeita disposta obliquamente em relação à igreja.
Nos séculos seguintes foram várias as remodelações por que passaram algumas partes da Sé de Coimbra. No exterior, destaca-se a Porta Especiosa, obra renascentista da máxima importância no contexto nacional, executada nos anos 30 do século XVI, e que se sobrepôs ao alçado Norte do transepto românico.
O interior do templo mantém a sua feição original, mas enriquecido por algumas campanhas decorativas importantes. Nas naves e braços do transepto conservam-se arcossólios com os túmulos medievais de D. Tibúrcio, bispo da diocese na primeira metade do século XIII, o de D. Egas Fafe, e, especialmente, o de D. Vataça, aia da rainha Santa Isabel. Especial destaque merecem também os retábulos da capela-mor (realizado por Olivier de Gand e Jean d’Ypres, entre 1498 e 1502, seguindo um modelo hispano-flamengo), e o da Capela do Santíssimo num dos absidíolos, assim como a pia baptismal que procede da antiga igreja de S. João da Almedina, e atribuída a Diogo Pires-o-Moço.
No século XIX todo o edifício foi objecto de uma campanha restauradora que visou devolver-lhe a pureza medieval original, objectivo depois continuado na primeira metade do século XX. Na actualidade, está em curso um Programa de reabilitação e valorização que permitirá, a breve trecho, o restauro da Porta Especiosa, uma intervenção no claustro e quadra central, assim como diversas outras obras nas coberturas, paredes exteriores e mobiliário artístico.
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