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Bruxelas
28 Setembro 2023

Sé Velha de Coimbra

Esta campanha, bastante homogénea em todas as suas partes, teve início no episcopado de D. Miguel Salomão, pelo início da década de 60 do século XII, e prolongou-se até à primeira metade do século XIII, altura em que ficou concluído o portal principal.O templo, de três naves, transepto ligeiramente saliente, torre lanterna sobre o cruzeiro e cabeceira tripartida, significa uma ruptura para com o esquema de catedrais românicas seguido até então no nosso país (Braga e Porto) e constitui um ponto de partida à chamada tipologia de catedrais do Sul (Coimbra, Lisboa e Évora). Para este facto muito terá contribuído a acção de Mestre Roberto, arquitecto de origem francesa que trabalhou também na Sé de Lisboa e em Santa Cruz de Coimbra, e que se deslocou pelo menos duas vezes à Catedral coimbrã para resolver problemas estruturais.

 De todo este projecto inicial destaca-se a profusão de capitéis decorados com temas vegetalistas e animalistas, no que constitui o mais rico programa iconográfico do Românico português e, especialmente, a configuração de fortaleza da fachada principal, organizada segundo um esquema compacto tripartido, com o corpo central avançado e duas poderosas torres inscritas na massa fortificada, toda ela terminando em ameias.

No início do século XIII procedeu-se à construção do claustro, o primeiro gótico em solo português. O início das obras situam-se pelo ano de 1218, depois de um moroso processo preparatório, provavelmente relacionado com a desobstrução da área citadina que viria a ocupar. A sua implantação parece ter obedecido à configuração do terreno, daqui resultando uma quadra perfeita disposta obliquamente em relação à igreja.

Nos séculos seguintes foram várias as remodelações por que passaram algumas partes da Sé de Coimbra. No exterior, destaca-se a Porta Especiosa, obra renascentista da máxima importância no contexto nacional, executada nos anos 30 do século XVI, e que se sobrepôs ao alçado Norte do transepto românico.

 O interior do templo mantém a sua feição original, mas enriquecido por algumas campanhas decorativas importantes. Nas naves e braços do transepto conservam-se arcossólios com os túmulos medievais de D. Tibúrcio, bispo da diocese na primeira metade do século XIII, o de D. Egas Fafe, e, especialmente, o de D. Vataça, aia da rainha Santa Isabel. Especial destaque merecem também os retábulos da capela-mor (realizado por Olivier de Gand e Jean d’Ypres, entre 1498 e 1502, seguindo um modelo hispano-flamengo), e o da Capela do Santíssimo num dos absidíolos, assim como a pia baptismal que procede da antiga igreja de S. João da Almedina, e atribuída a Diogo Pires-o-Moço.

No século XIX todo o edifício foi objecto de uma campanha restauradora que visou devolver-lhe a pureza medieval original, objectivo depois continuado na primeira metade do século XX. Na actualidade, está em curso um Programa de reabilitação e valorização que permitirá, a breve trecho, o restauro da Porta Especiosa, uma intervenção no claustro e quadra central, assim como diversas outras obras nas coberturas, paredes exteriores e mobiliário artístico.

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Endereço : Direcção Regional de Coimbra Rua Fernandes Tomás, 76 3000-167 Coimbra

Horário : Segunda a Quinta-feira 10:00/13:00 – 14:00/18:00

Sexta-feira 10:00/13:00 encerra à tarde

Sábado 10:00/13:00 – 14:00/18:00

Encerra à segunda-feira e nos feriados de 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro.

Ingresso : Gratuito

Telefone : +351 239 851 090 Fax : +351 239 829 787 E-mail : drc.ippar@ippar.pt

Acessos : Da estação ferroviária de Coimbra A : 10 minutos a pé. Acesso pedonal.

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