Ao longo dos tempos a Catedral de Braga foi um dos monumentos nacionais mais intervencionados, não cessando o enriquecimento por ordem dos bispos e do cabido, que também custeou numerosas obras. A fachada principal foi substancialmente transformada nos séculos XV e XVIII, pertencendo ao primeiro destes momentos a galilé, onde recentemente se descobriram as pinturas originais da abóbada, e ao segundo o arranjo geral dos registos superiores, obra de D. Rodrigo de Moura Teles.
O interior da Sé mantém um longínquo carácter medieval, mercê do restauro que a DGEMN efectuou entre as décadas de 30 e 50 do século XX, que amputou grande parte da grandiosidade barroca com que os bispos dos séculos XVII e XVIII dotaram as naves, transepto e cabeceira.
A capela-mor foi igualmente despojada do seu retábulo barroco, conservando ainda a abóbada de combados da autoria de João de Castilho, e encomendada pelo bispo D. Diogo de Sousa em 1509. Já as capelas do transepto mantêm a fisionomia da campanha de inícios do século XVIII, por Manuel Fernandes da Silva, salientando-se o programa azulejar que António de Oliveira Bernardes executou para a Capela de São Pedro de Rates em 1715.
A Sacristia é um pouco anterior, e serviu de inspiração ao trabalho das primeiras décadas do século XVIII. Projectada em 1698 por João Antunes, é uma obra de ruptura e de absoluta novidade para a região de Braga nesta altura, e na sua construção trabalhou Manuel Fernandes da Silva, posteriormente responsável pela remodelação das capelas do transepto.
No piso térreo da torre do lado Sul conserva-se o túmulo do Infante D. Afonso, do século XV e protegido por baldaquino. Ainda digno de nota no interior da igreja é o cadeiral, obra do arquitecto entalhador portuense Miguel Francisco da Silva e executada em 1737, bem como os dois órgãos da década de 30 do século XVIII, elaborados por Marceliano de Araújo com base em modelos de talha dourada joanina.
As dependências exteriores à Sé, mas que mantêm uma relação indissociável com o monumento, foram executadas ao longo de séculos e revelam também muito da própria história do espaço catedralício bracarense. A Capela da Glória é a mais antiga e data do século XIV. Foi mandada construir pelo arcebispo D. Gonçalo Pereira, que aí se fez sepultar, ao centro da capela, num túmulo gótico da máxima importância para a história da tumulária medieval portuguesa, pelas analogias que apresenta em relação ao túmulo da Rainha Santa, em Coimbra, e pela particularidade de ter contado com a acção de dois escultores fundamentais deste período : Mestre Pero e Telo Garcia. Do século XVI data a Capela de Nossa Senhora da Piedade, fundação de D. Diogo de Sousa, em 1513, e onde o prelado escolheu sepultar-se. Já no século XIX construiu-se o actual claustro, que substituiu outro anterior, gótico, e que já no século XVIII ameaçava ruína.
Entre 1996 e 1998, o IPPAR assegurou a conservação integral das coberturas e telhados do conjunto, assim como a revisão e instalação de drenagens interiores. Actualmente desenvolve-se um projecto global de conservação, restauro e valorização, que pressupõe a finalização de intervenções realizadas e o lançamento de novas iniciativas, tendo em vista a reabilitação total do imóvel, a musealização de algumas partes incluindo o restauro dos patrimónios móvel e integrado.
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Horário :
Igreja Outubro a Março – 7:45/18:30 Abril a Setembro – 7:45/19:00
Museu do Cabido : Outubro a Março – 8:30/17:30 Abril a Setembro – 8:30/17:30
Nunca encerra
Ingresso : Gratuito (Igreja)
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Acessos Em Braga : transportes locais. O monumento fica localizado no centro histórico de Braga.