Os madeirenses estão novamente a emigrar para vários países, entre eles a Venezuela, à procura de melhores condições de vida, revelou em Caracas o vice-presidente do município de Câmara de Lobos, António da Costa Figueira.
“Infelizmente a emigração está novamente a proliferar e a Venezuela é um desses destinos, como existem outros destinos, que efetivamente serão alguns países da Europa, os próprios Estados Unidos, o Canadá e a Austrália. Especialmente nestes, temos conhecimento de haver deslocação de portugueses”, disse o autarca à Agência Lusa.
Essa emigração decorre “não só do volume dos primórdios da década de 1960 e 70, mas também porque esses nossos conterrâneos da Madeira não têm tido a possibilidade de encontrar emprego e também têm ‘abraçado’ esta Venezuela numa perspetiva de ver satisfeitas as suas aspirações”, explicou, sem avançar dados sobre o número de emigrantes.
António da Costa Figueira está de visita à Venezuela, onde no domingo participou num encontro de imigrantes naturais de Câmara de Lobos, no Centro Português de Caracas. Na festa participaram, segundo a organização, 920 pessoas.
Através dos contactos efetuados na visita, conseguiu perceber que a comunidade lusa radicada na Venezuela tem algumas barreiras que “infelizmente não se podem dissociar – a económica e a insegurança”.
“Por aquilo que tenho visto, nestes três dias de permanência na Venezuela, há apreensão de todos os emigrantes com quem tenho falado e a palavra de ordem efetivamente é a insegurança. É pena, porque, por aquilo que me foi dado a conhecer, acho que é um país que continuaria a ser promissor para a imigração”, disse.
Durante o encontro com os imigrantes, o autarca procurou transmitir uma “mensagem de esperança, para que as pessoas não desanimem” e continuem a tentar ultrapassar as barreiras.
O presidente da Associação Filhos de Câmara de Lobos na Venezuela, Fernando Lucas, explicou à Agência Lusa que o organismo cumpriu seis anos no domingo, celebrando esta sempre esta data com um reencontro de emigrantes naturais daquela localidade madeirense.
O responsável explicou que na Venezuela, enquanto “a primeira geração de emigrantes era de 30 mil, hoje passam de 100 mil os câmara-lobenses, incluindo os descendentes”.
“É a maior comunidade [de madeirenses] na Venezuela”, disse.
FONTE: Bomdia.lu