O prazo de apresentação de candidaturas para o cargo de diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), posição anteriormente assumida pelo francês Dominique Strauss-Kahn, acusado de crimes sexuais pela justiça norte-americana, terminou esta quinta-feira.
O FMI prevê designar o novo responsável até 30 de junho.
Entre os nomes de candidatos já conhecidos está a ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde.
Para os analistas, Lagarde é a grande favorita, uma vez que conta com apoio dos países da União Europeia (UE). No entanto, a sua designação não é garantida e tem sido contestada pelas economias emergentes.
Nas últimas semanas, a ministra francesa desdobrou-se em contactos, que também irão incluir uma passagem por Lisboa.
Lagarde, que segue depois para a Arábia Saudita e o Egito, estará hoje na capital portuguesa para contactar com os seus homólogos africanos, reunidos em Lisboa no âmbito da assembleia anual do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
A visita segue-se às deslocações que a ministra fez a países como Brasil, Índia e China.
Em Pequim, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês disse que a corrida à direção do FMI continua aberta.
“Tivemos um bom debate. Ela [Lagarde] explicou-me o objetivo da sua candidatura. Ouvi atentamente”, disse Yanh Jiechi, realçando, no entanto, que a corrida “está aberta” e que existem outras pessoas a fazerem campanha.
Por seu lado, a Índia manifestou reservas à candidatura de Lagarde, afirmando que a escolha do diretor-geral do FMI ou do Banco Mundial “deve ser feita com base no mérito, na competência e de forma transparente”.
Os BRIC, grupo de países formado pelas cinco grandes potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e a Indonésia) têm criticado o domínio dos europeus em relação ao cargo de diretor-geral do FMI, mas ainda não chegaram a um acordo acerca de um candidato.
A gestão do FMI é tradicionalmente atribuído a um europeu, enquanto os norte-americanos têm ocupado a liderança do Banco Mundial.
Outro dos candidatos declarados é o atual governador do Banco central do México, Agustin Carstens.
O responsável mexicano recebeu, até à data, o apoio da maioria dos países da comunidade hispânica: Espanha, Costa Rica, Colômbia, Bolívia, Honduras, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Na segunda-feira, Carstens estará em Washington para participar numa conferência sobre economia mundial, onde dará uma palestra subordinada ao tema “Porque o mundo precisa de um FMI eficaz e independente”, segundo o Peterson Institute, a entidade que promove o evento.
O terceiro candidato conhecido é Grigori Martchenko, presidente do Banco Nacional do Cazaquistão, que conta com o apoio do Conselho de Chefes de Governo da Comunidade de Estados Independentes (CEI).
A CEI é composta por Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Rússia, Quirguistão, Tadjiquistão, Rússia e Ucrânia.
Uma das suas primeiras declarações sobre a candidatura ao FMI gerou polémica, ao prometer que não irá envolver-se com empregadas de hotel.
O antigo diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, anunciou a demissão a 19 de maio, depois de ter sido detido em Nova Iorque por alegada agressão sexual e tentativa de violação de uma empregada de hotel.
Bomdia.lu