O Partido Socialista e o Partido Comunista Português pediram esclarecimentos ao Governo sobre o fim da transmissão da RTP Internacional para a comunidade portuguesa que vive na zona de Antuérpia, na Bélgica.
Numa pergunta dirigida ao ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, o deputado socialista eleito pelo Círculo Europa, Paulo Pisco, questiona o Governo sobre se tem “conhecimento do fim das emissões da RTP-Internacional na região de Antuérpia” e como justifica a “supressão”, perguntando ainda se esta é “definitiva ou temporária”.
O fim das emissões da RTP-Internacional, noticiado pelo conselheiro das Comunidades Portuguesas na Bélgica, Pedro Rupio, “representa o isolamento da comunidade” portuguesa da região de Antuérpia, considera o deputado.
Num comunicado divulgado em Bruxelas, na quinta-feira, o conselheiro Pedro Rupio lamentou que os portugueses residentes fora de Bruxelas sejam “sistematicamente esquecidos”.
Em Antuérpia, recorda Paulo Pisco na pergunta ao Governo, foram já “suprimidos os cursos de Português no ensino paralelo” e retirada “a exígua verba ao consulado honorário”, que acabou por encerrar, em outubro do ano passado.
“Não há agora nenhum serviço do Estado português na região da Flandres, que tem para Portugal um grande interesse histórico” e à qual “continuam a chegar muitos portugueses, atraídos pelo grande dinamismo económico na região”, realça.
De acordo com Paulo Pisco, os seis mil portugueses que vivem na região da Flandres, que representam um quinto de toda a comunidade a viver na Bélgica, já manifestaram “uma grande insatisfação” face ao fim das emissões da RTP-Internacional.
Em pergunta endereçada ao Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, os deputados João Ramos e Carla Cruz, do PCP, pretendem saber se o Governo tem conhecimento da situação do fim das emissões em Antuérpia e “qual a avaliação que faz do problema”. “Reconhece o Governo que o fim da transmissão das emissões da RTPI em Antuérpia priva, discrimina e limita os portugueses ali residentes no contacto com a língua e a cultura portuguesas?”, insistem. Os deputados exigem ainda conhecer as medidas que vão ser tomadas pelo Governo no sentido de corrigir “tão grave discriminação”.
LUSA e NCF