Um empresário português residente no Brasil há mais de 30 anos e que se encontrava fugido às autoridades daquele país, após ter sido indiciado como um dos principais responsáveis de uma rede internacional de tráfico de cocaína, foi detido na segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro, revela o jornal Público.
O homem em causa, de 59 anos, foi detido em 2005 na sequência da Operação Caravelas. Nessa ocasião, a Polícia Federal do Rio de Janeiro encontrou 1,7 toneladas de cocaína escondidas em cerca de 50 toneladas de carne de bovino que se aprestavam para ser exportados para a Europa. Os animais estavam em câmaras frigoríficas no Mercado da Penha, na zona Oeste da cidade.
O homem que agora foi preso em Aveiro, na sequência de um mandado emitido via Interpol, já estava condenado pelas autoridades brasileiras a uma pena de prisão de 28 anos, tendo sido apontado como responsável por tráfico internacional de droga, branqueamento de capitais e formação de quadrilha. Estava evadido da cadeia há poucos meses, depois de ter visto negado o pedido de habeas corpus apresentado pelos seus advogados.
Na sequência das primeiras diligências, a polícia brasileira viria a deter um outro empresário português, suspeito de ser o principal responsável pela rede de narcotráfico no país.
As buscas domiciliárias aos dois portugueses, em condomínios de luxo na Barra da Tijuca, permitiram apreender algumas armas, carros, barcos e milhares de reais brasileiros e dólares americanos. Foram ainda encontrados diversos documentos de identificação brasileiros e portugueses. Seria com estes documentos que alguns dos membros do grupo empreenderiam viagens até à Europa onde estabeleciam, através de Portugal e Espanha, os contactos para que a droga acabasse por ir para outros mercados.
A Polícia Federal acabou por constituir 11 arguidos no processo. Para além dos dois portugueses, também foi identificado um italiano, vulgarmente conhecido por “Miro”, que aparecia em diversas escutas telefónicas (em conversa com os portugueses) cujo objectivo principal seria o branqueamento de capitais. O italiano, ligado ao sector da restauração de luxo, teria papel importante no processo de branqueamento de capitais investindo elevadas somas na aquisição de imóveis, propriedades e automóveis de luxo.
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