O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) afirmou não ter dúvidas de que “Portugal pode ser e vai ser competitivo” no turismo de saúde, nomeadamente devido às suas “condições naturais”.
José António Barros falava à entrada para a apresentação do projeto Healthy Portugal – Expansão dos Cuidados Médicos e Turismo de saúde em Portugal, que reuniu, na Exponor, investidores, operadores e técnicos.
O projeto é uma iniciativa da AEP e da Health Cluster Portugal, esta uma entidade criada em abril de 2008 para que o país possa ser “competitivo” na saúde e presidida por Luís Portela.
A sessão realizada hoje teve como objetivo “chamar a atenção e mostrar as oportunidades” oferecidas por essa área turística específica, que pode ajudar a “corrigir a balança comercial” portuguesa.
“É uma vertente nova, que pode ser importantíssima para o país, em termos de atração de receita, porque Portugal tem competência e todas as condições, mas precisa de ser mais bem focado em termos internacionais na sua promoção”, referiu José António Barros.
O dirigente empresarial disse que o desenvolvimento do projeto Healthy Portugal pode “contribuir para o crescimento do PIB em dois pontos percentuais e reforçar a posição de Portugal no mercado turístico, contribuindo para o objetivo de se atingirem, em 2015, 20 milhões de turistas e um peso relativo de 15 por centro do PIB” nacional.
Para tal, o país oferece “uma qualidade de serviço, que compara com os melhores países do mundo em muitas áreas”.
“Não temos é, ainda, o reconhecimento internacional nessa área, que é fundamental”, reforçou.
Luís Portela, líder da Bial, reforçou aquela ideia, lembrando as “condições para competir, porque existem índices na área da saúde muito bons”.
“A mortalidade infantil é a terceira mais baixa da Europa e a quinta do mundo, a esperança média de vida em Portugal, que no 25 de Abril de 1974 tinha valores terceiro-mundistas, neste momento é superior à média europeia e os nossos investigadores publicam nos melhores sítios”, exemplificou.
Não é por acaso que, nos últimos seis anos, “o valor de exportação da saúde portuguesa triplicou e hoje regista-se um valor de 900 milhões”.
“Somos uma das áreas que exporta mais. Portugal não é conhecido pela saúde boa de que dispõe, mas é importante que o seja, salientou.
Os países-alvos do turismo de saúde serão definidos por um grupo de trabalho constituído no âmbito da parceria entre a AEP e a Health Cluster Portugal, mas Luís Portela afirmou que se compete “com alguns países europeus, mas também do Extremo Oriente, como a Índia ou a Tailândia”.
Os preços portugueses não são um problema, pois são “competitivos quer ao nível de hotelaria quer ao nível do hospital”.
José António Barros mostrou-se confiante: “É uma área que tem uma margem de crescimento enorme, em que há quase tudo a fazer, ao nível das infraestruturas, porque ao nível do conhecimento já está quase tudo feito. É necessário é promover melhor o país”.
FONTE: Bomdia.lu