Rui Reis, Investigador da Universidade do Minho, sobre bolsa de 2,35 milhões do Conselho Europeu de Investigação.
CM – Acaba de receber uma das maiores e mais prestigiadas bolsas de sempre atribuídas a um cientista português. Como vê esta distinção?
Rui Reis – É um momento único conseguir algo tão difícil e competitivo, e que só está ao alcance dos melhores cientistas da Europa. Consegui-lo aos 45 anos e sempre a trabalhar em Portugal nunca tendo sido reconhecido pelos poderes científicos instalados e pelas gerações que me antecederam reforça certamente a importância da atribuição desta bolsa.
– Está a dizer que o seu trabalho não é reconhecido em Portugal?
– Por cá ainda somos muito maltratados [risos]. Somos inferiorizados em relação a outros projectos. Eu, por exemplo, que sou o investigador português mais citado, com mais publicações científicas, não faço parte de um painel de bolsas da Fundação para a Ciência e Tecnologia [FCT], não faço parte do painel científico para a FCT. Por coisas deste género houve pessoas que foram condecoradas pelo Presidente da República. O Minho não tem qualquer representante na Fundação para a Ciência e Tecnologia.
– Como vai ser aplicada a verba conseguida com esta bolsa?
– A bolsa, atribuída ao projecto ComplexiTE, permitirá nos próximos cinco anos desenvolver trabalho de investigação na engenharia e regeneração de tecidos humanos, numa abordagem única e multidisciplinar que combina metodologias avançadas com tecnologias inovadoras, de modo a criar estruturas complexas de biomateriais e células estaminais.
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