A Direção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP afirmou hoje que “a privatização da RTP levará ao fim da RTP Porto” tal como é conhecida, apelando “às forças vivas da região” que defendam o serviço público.
Em declarações à Lusa, Jaime Toga, responsável da DORP, disse que o “processo de privatização da RTP é inaceitável e, caso se concretizasse, conduziria à destruição desta empresa e do serviço público de rádio e televisão a que está obrigada a prestar”.
Responsabilizando PS, PSD e CDS-PP pela “situação em que hoje se encontra a RTP”, Jaime Toga afirmou que “o primeiro passo” que qualquer dirigente político que defende o serviço público de televisão e a salvaguarda dos meios e competências da RTP no Porto tem que dar é demarcar-se do “pacto de agressão e de qualquer Orçamento do Estado que contemple a privatização”.
“E a demarcação é o voto contra, é o chumbo de qualquer proposta nesse sentido”, sublinhou.
O comunista acredita ser “possível” travar a privatização da RTP, lembrando que, “momentos anteriores, já houve a tentativa de privatização da RTP e a luta dos trabalhadores impediu-a”.
“Acreditamos que é possível, acreditamos que há uma grande indignação, são produtores culturais, de cinema, são muitos que apenas encontram espaço no serviço público e a RTP está obrigada e tem que prestar esse serviço”, sustentou.
Jaime Toga, que referiu que o PCP estará presente na vigília convocada pelos trabalhadores da RTP para segunda-feira, pelas 19:30, à porta das instalações da empresa no Monte da Vigem, em Gaia, realçou ainda que “não há serviço público de qualidade sem a abrangência geográfica assegurada pelas delegações regionais da RTP, designadamente pela RTP-Porto”.
O comunista acrescentou que a DORP vai solicitar reuniões com a subcomissão de Trabalhadores da RTP-Porto e com a direção de informação da delegação.
Para o PCP, em causa está “a defesa da RTP enquanto serviço público de rádio e televisão, a defesa do centro de produção do Porto e a defesa dos direitos dos seus trabalhadores e dos seus postos de trabalho”.
“Só a manutenção da RTP na esfera pública garante o direito do povo português à informação que respeite o pluralismo político e ideológico”, concluiu.
FONTE: Bomdia.lu