5.7 C
Bruxelas
8 Dezembro 2023

Passos Coelho: A crise foi gerada por más decisões internas

Clique para ampliar O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou em entrevista à revista brasileira “Veja” que a atual situação da economia portuguesa foi gerada por “más decisões internas”, que nada têm a ver com a política europeia.

“Os desequilíbrios existentes em Portugal são resultado de más decisões tomadas por nós mesmos. Usámos mal o dinheiro, seleccionámos mal os projetos de obras públicas, aumentámos os impostos, não abrimos a economia. Os líderes europeus não agravaram os nossos problemas, pelo contrário, ajudaram-nos”, afirmou Passos Coelho à revista “Veja”, distribuída no sábado no Brasil.

Sobre a probabilidade de o país ter de recorrer novamente a um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Passos Coelho não descartou a hipótese por completo, mas afirmou acreditar que não será necessário.

“Creio que não. De qualquer modo, o FMI e a União Europeia comprometeram-se com uma nova ajuda em dinheiro se no futuro subsistir alguma dificuldade”, ponderou.

A expectativa, de acordo com o primeiro-ministro, é de que o país volte a emitir títulos da dívida pública, a juros baixos, até setembro de 2013, conforme o prazo previsto.

Passos Coelho confirmou ao semanário que levará adiante o programa de privatizações, citando os setores de energia, transportes, aeroportos, além dos correios e um canal de televisão como os próximos da lista.

“O objetivo é tirar o Estado da economia, acabar com o estado patrão, dono das empresas. Pretendemos atrair capital novo para Portugal”, reforçou.

Questionado sobre como a opinião pública portuguesa estava a reagir ao programa de privatizações, o primeiro-ministro garantiu que “não tem havido resistência”.

“Os portugueses sentem que o Estado não foi um bom gestor de empresas. Os cidadãos também sabem que precisamos atrair dinheiro externo para movimentar a nossa economia”, declarou.

O primeiro-ministro defendeu ainda que a crise deve ser encarada como uma “oportunidade” para corrigir, entre outros erros, os “desvios existentes nos serviços sociais”.

“Teremos de corrigir a rede assistencialista de tal modo que aqueles que realmente precisam de ajuda social possam recebê-la, sem abusos”, concluiu.

FONTE: Bomdia.lu

Artigos relacionados

Últimos artigos