BXL Band é a única formação que faz chegar as sonoridades do Pop Rock português ao país belga. Este mês, o quinteto luso lançou «Esirc», o seu segundo álbum.
“É uma mensagem que queremos passar à nossa sociedade e também temos temas que, como não podia deixar de ser, falam do Amor, uma das coisas primordiais das nossas vidas”, explica Bino Ferreira, um dos fundadores da banda. Com apenas cinco faixas, o novo trabalho discográfico foi gravado na cidade do Porto e demorou dois anos a ficar concluído por causa de “alguns percalços pelo caminho”.
“Esirc” (da esquerda para a direita, lê-se “Crise”) é, assim, o sucessor de “Meia Palavras”, o álbum de estreia da BXL Band. “O que os distingue é, sobretudo, a sonoridade, tendo em conta que este foi feito com a banda completa e o anterior contou mais com a electrónica”, compara o vocalista e guitarrista.
Depois de duas décadas a tocar “música de baile” aos fins-de-semana, Bino Ferreira e José Coutinho decidiram avançar, em 2007, para um novo projecto musical, vocacionado para o Pop Rock. “Cresci a ouvir este género musical e sempre pensei que, um dia mais tarde, viria a fazer este tipo de música”, revela Bino Ferreira.
Não é de estranhar, por isso, que Rui Veloso, GNR, Xutos & Pontapés, Paulo Gonzo sejam as referências musicais que reúnem o consenso de todos os elementos da BXL. “O gosto pela música é aquilo que nos faz continuar e pensar que podemos atingir algo que nos venha a dar ainda mais força e prazer”, sublinha.
Com idades compreendidas entre os 38 e os 51 anos, os cinco elementos da banda são portugueses. Para já, a formação quer “estabilizar” com os actuais membros, pois, desde o início, houve várias entradas e saídas, “o que atrasou os projectos que planeámos”. A banda vai continuar a compor originais para, a longo-prazo, conseguir apresentar um “reportório 100% BXL Band”.
Nostalgia na plateia
Com actuações em diversos eventos (como sejam comemorações, festas de empresas ou presenças em bares), a BXL Band sente que a receptividade dos seus trabalhos tem sido positiva, “mas pouca”, considerando os gostos musicais da maioria da comunidade portuguesa residente na Bélgica.
“Temos consciência de que ao optar por este género musical, ficámos automaticamente com um público mais reduzido”, revela o vocalista. Contudo, a música continua a ser um vínculo entre os portugueses emigrados e a terra mãe: “sentimos isso quando cantamos músicas que já foram sucessos em Portugal e toda gente canta e partilha aquele sentimento de nostalgia”.
Os belgas e cidadãos de outras latitudes gostam de ouvir cantar em Português, ou não fosse a música “uma linguagem universal”. “Às vezes, quando actuamos em Portugal, despertamos sempre a curiosidade de ir ver uma banda que vem do estrangeiro mas que canta e compõe em Português”, conta Bino Ferreira.
Da plateia chegam diferentes impressões. Os que apreciam as sonoridades do Pop Rock comentam que a BXL está “a fazer algo muito interessante e diferente daquilo que se costuma ouvir”. “Os restantes, por vezes, ainda nos pedem para tocarmos esta ou aquela música que tocávamos antes, mas é uma questão de tempo até que se habituem a encarar-nos como uma banda Pop Rock”, acrescenta.
Na agenda dos próximos tempos, a BXL Band vai actuar no dia 30 de Março, no centro AA Docks na comuna de Anderlecht, subindo ao palco com outros artistas oriundos de Portugal. A 13 de Abril, estará no Bar Pessoa, na Praça Flagey. “Para Maio está planeado um concerto para a apresentação e divulgação do novo CD num local e data ainda a definir”, refere Bino Ferreira.
Patrícia Posse