Para se ter uma ideia da dimensão das perdas, basta dizer que aquele montante daria para pagar o novo aeroporto (estimado em três mil milhões de euros) e toda a rede de TGV projectada para Portugal (sete mil milhões).
Empresas, como o caso da EDP, perderam um sexto do valor, caindo 16,44 por cento e fixando o valor das acções nos 2,256 euros. Também a Galp foi fortemente penalizada, com uma queda de 13,07 por cento, cotando-se nos 9,445 euros. Do principal índice 15 títulos desceram mais de seis por cento e de todas as empresas cotadas vinte atingiram mínimos do ano.
O terramoto bolsista só não foi mais grave porque a praça portuguesa tem duas redes de protecção que congelam a negociação de títulos quando há variações superiores a dez por cento.
'Quando as acções sofrem variações superiores a dez por cento [valorização ou desvalorização] existe um mecanismo automático que suspende a negociação da acção por quatro minutos. Todas as ordens dos investidores ficam suspensas. Trata-se de um mecanismo que funcionou várias vezes durante a sessão de ontem', afirmou ao CM uma fonte da Bolsa portuguesa.
Em casos mais graves, quando o director de mercado considera que existe 'risco sistémico' para a Bolsa, pode ordenar o encerramento da sessão mais cedo, depois de consultar a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O pânico espalhou-se por todas as praças europeias e mundiais, que sofreram perdas acentuadas. O receio de novas falências no sector financeiro e a falta de confiança nas soluções propostas pelos governos pressionaram os principais índices, a moeda única europeia e até as matérias-primas.
TESOURO GARANTE DEPÓSITOS