O ministro das Finanças admitiu ontem que o programa inicial da troika estava mal desenhado e que isso justifica as revisões das metas que o Governo tem efetuado. É a primeira vez que Vítor Gaspar reconhece que o acordo com a troika estava errado mas foi preciso esperar até à sétima avaliação da troika – com 80% do programa já executado – para o ministro reconhecer erros iniciais do memorando.
“A forma como estava desenhado o programa impediu a concretização dos montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos”, afirmou o ministro aos deputados da comissão de acompanhamento do programa de assistência financeira. Vítor Gaspar acrescentou mesmo que, apesar das medidas adicionais tomadas pelo Governo, não seria possível cumprir as metas previstas. Uma posição que contrasta com a do primeiro-ministro, que afirmou repetidamente que o Governo queria ir muito além da troika. O Executivo tem falhado as metas acordadas e terá mais um ano para cumprir os novos objetivos. O ministro recusou explicar como serão feitos os cortes de quatro mil milhões no Estado, reiterando apenas que terão caráter permanente, e que serão definidos em abril.
Vítor Gaspar defendeu ainda que a melhoria das condições de financiamento e as medidas de caráter pontual serão uma espécie de “gatilhos” que permitirão o aumento do investimento ainda este ano. Segundo o governante, as iniciativas serão direcionadas para as PME porque é delas que mais depende a criação de emprego.
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