A aventura começou em jeito descontraído e tornou-se, irremediavelmente, séria. As sessões de karaoke organizadas pelo português Márcio Freitas são hoje uma referência em território belga.
Os primeiros passos na área da animação foram dados “numa brincadeira”. “Depois, as pessoas disseram que até tinha jeito e já lá vão dois anos…”, refere Márcio Freitas. Amanhã, dia 16, celebrará o segundo aniversário do seu projecto pessoal “Thebestkaraoke”. “Gosto muito de cantar mesmo quando não tenho karaoke, porque o bichinho está cá dentro. Se puder, vou cantar uma música aos outros karaokes.”
Aos 32 anos, Márcio trabalha como técnico na empresa Belgacom e tem no karaoke mais do que um hobbie, uma paixão invulgar. “Já fiz sessões em aniversários, mas normalmente são noites em cafés e bares. Quando se trabalha na noite, às vezes, acontecem situações desagradáveis mas é nessas alturas que não podemos perder a calma e lidar com elas da melhor maneira possível.”
“Canta ou encanta, mas acima de tudo diverte-te” é o seu lema, porque esse é o espírito do karaoke. “Ninguém está a ver quem canta bem ou mal. O importante é mesmo participar e, assim, o divertimento é garantido”, sublinha.
Márcio considera que há factores de vária ordem que podem ditar o sucesso de uma sessão de karaoke, porém, o que deve prevalecer é o sentimento de alegria entre a plateia. “Para tudo funcionar bem é preciso saber pôr as pessoas à-vontade, mostrando que tudo é uma festa, e também uma boa aparelhagem”, destaca.
“Jardins Proibidos”, de Paulo Gonzo, e “Lusitana Paixão”, da fadista Dulce Pontes, são as músicas que fazem maior furor entre o público. No entanto, o reportório seleccionado é variado para “tentar agradar a toda a gente”.
Inicialmente, Márcio encarregava-se de organizar sessões de karaoke, agora, revela-se também como DJ. “Assim, as pessoas também podem dançar”, justifica.
Maioria prefere “bailaricos”
Nascido em Lousada, Márcio Freitas decidiu emigrar para a Bélgica em 2008, depois de já ter passado por França, Luxemburgo e Espanha. “Toda a minha vida trabalhei nas obras. Fui segurança, mecânico e, agora, sou técnico da Belgacom”, relata.
A falta de dinheiro e uma desilusão amorosa foram as razões que o levaram a deixar Portugal e procurar um novo rumo em território belga. “Agora, já fico por cá, pois encontrei, finalmente, a minha cara-metade”, confidencia.
O rosto de Márcio é bem conhecido da comunidade portuguesa da Bélgica, que conserva o espírito festivo. “Como é óbvio, o português gosta de se divertir, mas cerca de 60% gosta mais de bailaricos do que propriamente música deep house, que também faz parte do thebestkaraoke.”
As escolhas de Márcio Freitas
Música:
Feeling Good, de Michael Bublé
Filme:
Armageddon
Séries:
Castle, O Mentalista, CSI
Prato:
Um assadinho português
Clube:
Simpatizante do Futebol Clube do Porto
Patrícia Posse