Para a escolha de Manuel António Pina como vencedor do Prémio Camões 2011 os jurados tiveram em conta a “inventividade e a originalidade” de sua obra, afirmou o membro brasileiro do júri António Carlos Secchin.
“Pina nos parece um escritor altamente qualificado nos diversos campos em que atua, em especial em suas poesias, para adultos e crianças, que possuem alto grau de inventividade e originalidade”, opinou o jurado.
Secchin, que ao lado da escritora Edla Van Steen, representa o júri brasileiro, contou que a decisão foi tomada por “consenso”, e que desde que o nome de Pina foi sugerido, tornou-se o preferido, sem necessidade de maiores disputas.
“Outros nomes foram citados, mas assim que o nome de Pina foi lançado, conseguiu uma aprovação geral”, relata Secchin.
O júri foi constituído por seis membros: os brasileiros Edla Van Steen e Antonio Carlos Secchin, os portugueses Rosa Maria Martelo e Abel Barros Baptista e os africanos Ana Paula Tavres (Angola) e Inocência Mata (São Tomé e Príncipe).
António Secchin explicou que para a decisão também foram considerados os trabalhos do autor noutras áreas da literatura, incluindo os seus textos como cronista, dramaturgo e romancista.
Secchin destacou ainda que os trabalhos do poeta português ainda não foram publicados no Brasil, o que espera venha a acontecer após o anúncio do prémio.
“Nenhum dos trabalhos dele possui publicação no Brasil até hoje e nós esperamos que o anúncio do prémio desperte o interesse de editoras brasileiras”, disse jurado, adnmirador confesso da obra de Manuel António Pina.
O representante brasileiro confessou que o facto de há três anos o prémio Camões não ser entregue a um autor português também foi levado em conta na hora da decisão.
“Achávamos também que Portugal, que estava há vários anos sem receber o prémio, merecia a homenagem”, admitiu.
Instituído pelos governos de Portugal e Brasil com a intenção de destacar anualmente um escritor de língua portuguesa, o prémio Camões fora a entregue a um português pela última vez em 2007, quando distinguiu António Lobo Antunes.
Bomdia.lu