O Sporting foi afastado da final da Liga Europa em futebol, ao perder por 3-1 com o Athletic, em San Mamés, mas teve o mérito, com tantas contrariedades, de adiar o desfecho da eliminatória até ao fim.
Um golo de Fernando Llorente, aos 88 minutos, sentenciou a contenda, que seguia empatada desde os 45+1, quando Ibai Gomez igualou o 2-1 da primeira “mão” das meias-finais. Antes, Susaeta adiantou os locais, aos 17, e Wolfswinkel empatou o jogo e deu avanço aos “leões” na eliminatória, aos 44.
O jogo de hoje provou que o Sporting tem uma “manta curta” em termos de plantel, face à dificuldade de Sá Pinto colmatar a ausência de Izmailov – Pereirinha foi o substituto -, contrariedade agravada pelo facto de Matias Fernandez não ter recuperado completamente da lesão que sofrera, circunstância que se refletiu no seu rendimento.
Acresce, ainda, o facto de o treinador “leonino” ter sido forçado a lançar um miúdo, André Martins, que não jogou esta época de forma regular, e que na segunda parte, por Matias se ter ressentido, subiu no terreno para assumir a batuta no meio-campo ofensivo.
Mesmo assim, o Sporting foi capaz, com alguma sorte à mistura, de adiar o desfecho da eliminatória quase até ao último minuto, quando Llorente marcou o terceiro golo que ditou o afastamento dos “leões”, que, rumo às “meias”, haviam afastado, entre outros, o Manchester City.
Na segunda parte, com a saída de Matias e a entrada de Daniel Carriço, o Sporting foi uma equipa muito mais consistente em termos defensivos do que na primeira parte, em termos de posicionamento e de marcações, o que teve o condão de emperrar a dinâmica atacante do Athletic, equipa de forte pendor ofensivo e que deixa espaços entre a sua linha defensiva e média.
Mas, se os leões ganharam em solidez defensiva na segunda parte, perderam alguma profundidade atacante, até porque Capel, muito desgastado, foi caindo de produção e a equipa não teve quem assumisse esse papel, agravado pelas dificuldades que Wolfswinkel sentiu sempre em segurar a bola a jogar de costas para a baliza, para dar tempo para a subida dos médios.
Na primeira parte, o Sporting voltou a ter a “estrelinha” que o tem acompanhado na Liga Europa, quando Wolfswinkel fez o 1-1 quase em cima do intervalo, depois de ter abanado em alguns períodos da primeira parte, mas a falta de experiência e maturidade da equipa emergiram quando logo a seguir sofreu o segundo golo.
À beira do intervalo, tendo acabado de empatar, era imperioso que o Sporting segurasse a bola e quebrasse a esperada reação do adversário e o ritmo do jogo, mas o 1-1 foi desfeito quase no minuto seguinte, num lance em que Llorente teve tempo para rodar frente a Polga e assistir a entrada de Ibai Gomez, isolado face à saída de Rui Patrício para o 2-1.
Até ao primeiro golo da partida, marcado por Susaeta, aos 17 minutos, o Athletic sujeitou o Sporting a tremenda pressão, que não foi capaz de contrariar, por não segurar a bola, muito por mérito de um adversário com espírito guerreiro, que joga nos limites da agressividade.
A partir do golo, o ímpeto basco quebrou ligeiramente e o Sporting começou a poder respirar um pouco, segurando a bola e tentando sair organizado para o ataque, quase sempre pelos pés de Capel, que foi a grande figura da equipa no plano ofensivo, já que cedo foi visível que Matías Fernandez não estava bem.
O espanhol foi sempre a fonte de perigo “leonina” para a defesa basca, com as suas súbitas arrancadas e mudanças de direção e, aos 20 minutos, ofereceu de bandeja a Pereirinha, com um cruzamento ao segundo poste, o golo, mas este sem ninguém a estorvá-lo, cabeceou por cima da barra.
De resto, Pereirinha foi sempre o elo mais fraco da equipa, até ser substituído por Jefrrén, aos 66 minutos. Outro problema do Sporting na primeira parte foi o lado esquerdo da sua defesa, que o Athletic explorou até à exaustão, com Insúa várias vezes confrontado com situações de 2×1, face a Iraola e Ibai Gomez ou Susaeta, que trocavam constantemente de flanco, uma vez que Capel muitas vezes não recuava a tempo.
FONTE: Bomdia.lu