O vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) Humberto Coelho exigiu hoje respeito pela seleção portuguesa de futebol, em conferência de imprensa, para “salvaguardar” Paulo Bento e Cristiano Ronaldo da reação às críticas recentes.
“Nós compreendemos as críticas, fazem parte do futebol. Eu acho que a beleza do futebol são as vitórias e as derrotas, é isso que faz com que haja multidões nos estádios. Mas exigimos respeito, sobretudo de pessoas que fazem parte da família do futebol e que sabem das dificuldades que enfrentamos antes da fase final de um Campeonato da Europa”, afirmou Humberto Coelho, em conferência de imprensa.
Ao lado do diretor federativo João Vieira Pinto, o “vice” justificou a presença na sala de imprensa da equipa das “quinas”, em Opalenica, Polónia, com a necessidade de “focar” as atenções no futebol e no jogo de estreia no Euro2012, frente à Alemanha, no sábado, na cidade ucraniana de Lviv.
“A FPF não deve responder assim que se critica a seleção. Nós analisámos tudo e na altura em que vamos começar o Euro2012, na véspera de o nosso selecionador e o nosso ‘capitão’ de equipa falarem, queremos que só se fale de futebol, porque eles são exímios faladores de futebol. Falámos hoje, por ser a véspera, e queremos salvaguardá-los e acho que foi o dia certo para fazer esta declaração”, frisou o dirigente, admitindo que estas considerações “têm propósitos fora do contexto”.
Na sequência de críticas do treinador Manuel José à preparação da equipa, em que repudiou uma excessiva componente social associada ao estágio, e depois de o ex-selecionador Carlos Queiroz ter aludido à pressão que os patrocinadores exercem, Humberto Coelho assegurou que a seleção lusa está a “cumprir” o plano de trabalho, no qual acredita, defendendo que, “com serenidade, serão cumpridos os objetivos” e que, “a dois dias do primeiro jogo, é importante a unificação”.
“Depois de amanhã [sábado], quando entrarmos em campo com a Alemanha, queremos que seja um Portugal unido, porque, se ganharmos, somos todos a ganhar”, vincou.
O vice-presidente da FPF salientou a normalidade do estágio em Óbidos, onde “houve treinos todos os dias, menos nos dias depois dos jogos, em que houve folga”, e da festa de despedida da vila, que, para Humberto Coelho, “foi uma despedida de todo o Portugal”.
“Fomos de charrete, como em 2004, porque, de facto, é difícil andar de automóvel ou de autocarro nas ruas de Óbidos e, como sabemos, os jogadores são sempre solicitados para autógrafos. Durou 45 minutos, despedimo-nos das pessoas, das crianças, e penso que isso é um ativo da seleção nacional”, recordou, salientando ainda a “homenagem” prestada aos investigadores da Fundação Champalimaud e o “respeito” e normalidade da apresentação de cumprimentos ao Presidente da República, Cavaco Silva.
Retorquindo, novamente, os valores pagos para a permanência em Opalenica, que “são mais baixos do que no último Mundial e no último Europeu, Humberto Coelho garantiu ainda que os impostos dos prémios de participação no Euro2012 atribuídos pela UEFA “vão ser pagos em Portugal”.
“Já ouvi dizer que há equipas que querem pagar os impostos aqui [Polónia] porque é mais fácil. Este vai ser dinheiro, proveniente da UEFA, que vai entrar nos cofres do Estado e nenhum português vai gastar um cêntimo deste dinheiro”, rematou.
Humberto Coelho contestou ainda que a seleção lusa seja um “Big Brother”, como considerou Manuel José, recordando que “em 1998 os franceses publicaram este tipo de imagens e não deixaram de ser campeões”.
“Não é uma derrota e um empate que vão destruir todo este trabalho. O que interessa é que Portugal terá no sábado uma equipa forte e, se o nosso adversário for melhor dentro de campo temos de lhes dar os parabéns, que os jogadores e técnicos vão fazer o melhor possível e nós temos de acreditar no trabalho que fazem”, frisou.
O dirigente sublinhou que os portugueses “têm a mania de adivinhar” e afiançou que, após ter visto o treino de hoje, viu “uma equipa com atitude, a subir e com os jogadores a concentrarem-se”.
“Não podemos entrar na competição já derrotados. Querem derrotar-nos, mas os jogadores, a equipa técnica e a FPF não merecem”, sustentou, apelando, mais uma vez, ao “respeito pela classe”.
FONTE: Bomdia.lu