França e Alemanha estão em sintonia para aprofundar a união económica e monetária, assegurou o Presidente francês. Numa tentativa de aproximação de posições com a chanceler alemã, François Hollande recebeu Angela Merkel ao final do dia de quarta-feira
Discursando ao lado de Merkel antes da reunião no Palácio do Eliseu, Hollande afirmou: “Queremos, tanto um como o outro, aprofundar a união económica, monetária e, amanhã, política para chegar a uma integração e à solidariedade”.
A garantia dada por Hollande surge numa altura de desacordo entre os responsáveis políticos europeus sobre as soluções para resolver a crise das dívidas na zona euro. “Estamos na véspera de um Conselho Europeu importante, já trabalhámos muito. Houve progressos, sobretudo no que se refere ao crescimento que é objecto de várias discussões”, afirmou o novo Presidente francês.
Antes de viajar para Paris, Merkel reforçou a sua recusa em relação à ideia de a zona euro passar a emitir dívida conjunta entre os países da moeda única, a médio prazo. Às propostas lançadas na terça-feira por Herman Van Rompuy (presidente do Conselho Europeu), Durão Barroso (Comissão), Mario Draghi (BCE) e Jean-Claude Juncker (Eurogrupo) a favor da criação de euro-obrigações, Merkel respondeu hoje num discurso na Câmara Baixa do Parlamento alemão, classificando-as como “soluções fáceis”.
No Eliseu, Merkel considerou que a situação é “séria” e concordou com Hollande quanto à ideia de reforçar a união económica na zona euro, falando na “obrigação de construir a Europa forte e estável de amanhã”. “É preciso mais Europa, é preciso uma Europa que funcione, é preciso uma Europa cujos membros se entendam”, reforçou.
Já na terça-feira Paris servira de cenário de uma reunião entre os ministros das Finanças das quatro maiores economias europeias, a convite do francês Pierre Moscovici aos homólogos alemão, espanhol e italiano. Os líderes políticos destes mesmos quatro países procuraram na última sexta-feira concertar posições, em Roma, sobre a forma de responder à crise, comprometendo-se a utilizar todos os mecanismos para garantir a estabilidade financeira.
Nessa altura, Angela Merkel, François Hollande, Mario Monti e Mariano Rajoy saíram do encontro garantindo o lançamento de um programa de estímulo e crescimento da economia europeia, num montante até 130 mil milhões de euros. Mas o confronto de posições em matéria de emissão de euro-obrigações entre Berlim, de um lado, e as outras três capitais europeias, do outro, adensou-se nos últimos dois dias, com Merkel a repetir que recusa a perspectiva de ser criado um mecanismo de emissão conjunta de dívida entre os países do euro.
FONTE: Bomdia.lu