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29 Novembro 2023

Foi beatificado o papa que ajudou a mudar o mundo

Clique para ampliar O papa Bento XVI afirmou hoje que o beato João Paulo II enfrentou «sistemas políticos e económicos», incluindo o «marxismo e a ideologia do progresso», para cumprir o seu desafio de viver a fé sem «medo».


Karol Wojtyla «subiu à sede de Pedro trazendo consigo a sua reflexão profunda sobre a confrontação entre o marxismo e o cristianismo, centrada no homem. A sua mensagem foi esta: o homem é o caminho da Igreja, e Cristo é o caminho do homem», disse, na homilia da missa a que preside, na Praça de São Pedro, diante de centenas de milhares de pessoas.

O papa lembrou as «palavras memoráveis» pronunciadas por João Paulo II na missa de início de pontificado, em Outubro de 1978: «Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!».

«Aquela carga de esperança que de certo modo fora cedida ao marxismo e à ideologia do progresso, João Paulo II legitimamente reivindicou-a para o cristianismo, restituindo-lhe a fisionomia autêntica da esperança», indicou.

Bento XVI disse aos presentes que esta herança «se deve viver na história com um espírito de \advento\, numa existência pessoal e comunitária orientada para Cristo, plenitude do homem e realização das suas expectativas de justiça e de paz».

Aquilo que o «papa recém-eleito pedia a todos, começou, ele mesmo, a fazê-lo: abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e económicos, invertendo, com a força de um gigante – força que lhe vinha de Deus -, uma tendência que parecia irreversível», prosseguiu. Para o papa, Karol Wojtyla (1920-2005) deixou atrás de si um «testemunho de fé, de amor e de cora

gem apostólica, acompanhado por uma grande sensibilidade humana». Em polaco, Bento XVI falou num «filho exemplar» da Polónia, que «ajudou os cristãos de todo o mundo a não terem medo de se dizerem cristãos, de pertencerem à Igreja, de falarem do Evangelho».

João Paulo II «conferiu ao cristianismo uma renovada orientação para o futuro, o futuro de Deus, que é transcendente relativamente à história, mas incide na história», acrescentou. Bento XVI quis também agradecer a sua «experiência de colaboração pessoal», com o novo beato, enquanto prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

«Durante 23 anos pude permanecer junto dele crescendo cada vez mais a minha veneração pela sua pessoa», declarou, sublinhando «o exemplo da sua oração». O papa disse ainda ter sido a «humildade profunda» do seu predecessor que lhe permitiu «continuar a guiar a Igreja e a dar ao mundo uma mensagem ainda mais eloquente, justamente no período em que as forças físicas definhavam».

«Feliz és tu, amado Papa João Paulo II, porque acreditaste! Continua do Céu – nós te pedimos – a sustentar a fé do povo de Deus», concluiu. João Paulo II fora beatificado minutos antes, depois de o actual papa ter lido a fórmula de beatificação, em latim, permitindo que o seu antecessor «possa ser de ora em diante chamado beato».

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