Um pedido de prudência aos futuros emigrantes e um apelo à solidariedade dos portugueses que vivem fora do país vão marcar a mensagem do arcebispo de Braga, na peregrinação de 12 e 13 de agosto ao Santuário de Fátima.
“Uma das mensagens será dirigida aos portugueses que estão a pensar em emigrar. Devem pensar muito bem antes de saírem do país, têm de refletir e procurar informação, para não acabarem, como alguns, debaixo da ponte”, disse à agência Lusa Jorge Ortiga, que preside este ano à peregrinação.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana sublinhou que irá pedir aos futuros emigrantes “que tomem consciência das dificuldades que vão encontrar, para que não sejam enganados por propostas que são meras ilusões”.
Por outro lado, “é necessário deixar uma mensagem forte à comunidade portuguesa que já está instalada em outros países para que saiba acolher quem chega, à procura de melhor sorte, devido à crise que se vive em Portugal”, acrescentou.
O arcebispo de Braga quer que a comunidade emigrante apoie os recém-chegados ao nível da “guarida, alimentação e procura de emprego, para que se evitem situações sociais complicadas”.
Por outro lado, segundo Jorge Ortiga, “os portugueses que vão lá para fora devem procurar a Igreja e não devem esquecer o seu espaço de fé”, lembrando o tema da peregrinação deste ano: “Feliz o Homem que teme o Senhor”.
Integrada na peregrinação aniversária ao Santuário de Fátima, decorre a Peregrinação do Migrante e do Refugiado, dedicada ao tema “Celebrar a Memória para Projetar a Nova Evangelização do Futuro”, promovida pela Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM).
A adjunta do diretor da OCPM disse à agência Lusa que a mensagem que irá ser deixada à comunidade portuguesa e aos imigrantes é de “esperança, confiança e solidariedade, perante as dificuldades” hoje vividas.
“Aquilo que mais nos preocupa e que é mais emergente é o desafio da participação e integração dos imigrantes, cujo número tem diminuído, mas que continuam a ser confrontados com a clandestinidade e a exploração laboral”, frisou Eugénia Costa Quaresma.
Quanto à situação dos emigrantes, a responsável da OCPM salientou que os responsáveis católicos “têm um grande desafio pela frente, já que a Igreja não é hoje necessariamente o primeiro contacto para aqueles portugueses que chegam a outro país à procura de trabalho, ao contrário do que sucedeu no passado, que era uma prioridade”.
Por isso, reforçou, “o trabalho de acompanhamento é muito mais difícil de ser feito, mas vai ao encontro da mensagem e do movimento deste ano, o da Nova Evangelização”.
A peregrinação principia oficialmente no domingo às 18:30, na Capelinha das Aparições, onde às 21:30 se realiza a bênção solene de velas, a recitação do Rosário e o início da Procissão das Velas, estando marcada para as 22:30 a eucaristia no Altar do Recinto.
FONTE: Bomdia.lu