Miguel Torga (1907-1995) nasceu numa das regiões mais agrestes de Portugal: Trás-os-montes, na região do Vale do Douro, mais precisamente na pequena aldeia de São Martinho de Anta. Vindo de uma família extremamente pobre, conseguiu tornar-se poeta e médico.
Poeta rebelde, poeta local, defensor incansável do cidadão comum, opondo-se a Salazar e Franco sem exilar-se, Miguel Torga foi um grande viajante, no seu próprio país e depois em todo o mundo. Devemos-lhe a famosa frase “O Universal é o local sem muros“: para o escritor, é dentro de uma fraternidade feita de convicções e trocas que nasce a cultura.
No palco, Dominique Rongvaux leva a voz de Miguel Torga, Rita Matos Alves e Marie Boulenger interpretam melodias portuguesas, brasileiras, espanholas e belgas, dando eco às afinidades do poeta. O fundo de palco terá fotos de Rui Moreira e alguns arquivos inéditos sobre a guerra em Espanha.
O espectador entra no mundo de Miguel Torga através dos seus contos, dos seus anseios poéticos e do seu famoso diário, onde lança um olhar implacável sobre si mesmo e o mundo durante 60 anos. Uma obra gigantesca constantemente censurada antes da Revolução dos Cravos, grande parte da qual foi traduzida para o francês.
As linhas poéticas, musicais e fotográficas entrelaçam-se para deixar o viajante-espectador sonhar livremente.
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