A escritora Dulce Maria Cardoso vai ser condecorada com as insígnias de Cavaleira da Ordem das Artes e das Letras da França, atribuída pelo Ministério francês da Cultura, uma distinção que recebe “muito honrada”.
Em declarações, hoje, à agência Lusa, a autora do romance “O Retorno” (2011), disse que a cerimónia de atribuição da condecoração ainda não tem data oficial marcada, mas deverá acontecer nos próximos meses, na embaixada da França, em Lisboa.
“Estou agradecida e muito honrada com esta distinção. Significa sobretudo o reconhecimento do meu trabalho”, comentou a autora, nascida em Trás-os-Montes, em 1964, e que passou a infância em Angola.
Veio para Portugal na “ponte aérea” de 1975, como muitos portugueses, na sequência do processo de descolonização de Angola, e estudou na Faculdade de Direito de Lisboa, tendo escrito argumentos para cinema, contos e romances.
Em França, estão publicados alguns dos seus contos e as obras “Campo de Sangue” (2002) e “Os Meus Sentimentos” (2005).
A autora revelou à agência Lusa que a editora Sock acabou de comprar os direitos do livro “O Retorno”, e que a obra será publicada em França, em janeiro de 2014.
“Os franceses são naturalmente curiosos sobre as outras culturas, e gostam de ler autores estrangeiros”, comentou a escritora sobre a boa receção do seu trabalho naquele país.
Dulce Maria Cardoso é convidada da 10.ª edição da Festa Literária de Paraty, que abre na cidade brasileira na próxima quarta-feira, 04 de julho, onde vai integrar a sessão pública “Em família”, prevista para o dia 07 de julho.
Os romances da escritora estão editados também no Brasil, Argentina, Espanha, Itália e Holanda, e têm sido objeto de estudo em várias universidades. Em Julho de 2009 recebeu o prémio da União Europeia para a Literatura.
Criada em 1957, a Ordem das Artes e das Letras é uma condecoração atribuída pelo Ministério da Cultura da França na área da cultura, e já distinguiu algumas dezenas de personalidades portuguesas, como Amália Rodrigues, Manoel de Oliveira, Joaquim Benite, Álvaro Siza Vieira, António Lobo Antunes, Agustina Bessa-Luís, Júlio Pomar e João Bénard da Costa.
FONTE: Bomdia.lu