A Embraer investiu 177 milhões de euros na construção de duas fábricas em Évora, que são inauguradas oficialmente na sexta-feira e que já empregam “98 trabalhadores”, revelou à agência Lusa um administrador da empresa.
Paulo Marchioto, presidente da Embraer Portugal, realçou à Lusa que as fábricas permitem à empresa ter, em Portugal, “dois Centros de Excelência especializados”, aposta que “faz parte do plano estratégico” da construtora aeronáutica “para a próxima década”.
“Estas duas fábricas”, disse, vão “concentrar conhecimento estratégico em duas áreas distintas da indústria da aviação”, uma das quais “o uso de estruturas metálicas” e a outra “a utilização de compósitos em equipamento aeroespacial”.
O também diretor das unidades fabris construídas no parque aeronáutico de Évora, nos arredores da cidade alentejana, garantiu também que “o principal objetivo” das novas fábricas é, “simultaneamente, desenvolver a presença global da Embraer e trabalhar as competências e capacidades locais”.
A construtora aeronáutica brasileira, a terceira maior do mundo, inaugura oficialmente, na sexta-feira, às 11:00, a Embraer Compósitos e a Embraer Estruturas Metálicas.
Na construção da fábrica especializada em estruturas metálicas, que vai produzir partes de asas para aviões da empresa, a Embraer investiu “100 milhões de euros”, revelou Paulo Marchioto.
Já na de materiais compósitos, especializada no fabrico de componentes para caudas de aviões, foram investidos “77 milhões de euros”, segundo o administrador.
“Portugal e o apoio da União Europeia à Embraer, através de apoios regionais disponíveis em toda a UE, permitiram ajudar na construção de cada um dos centros”, sublinhou.
Em paralelo, continuou, “a estabilidade das instituições na Europa e a política do Governo português, de desenvolvimento do ‘cluster’ aeronáutico, foram aspetos fundamentais que pesaram na decisão de investir no país”.
Em julho, o mesmo responsável já tinha revelado à Lusa que as duas fábricas estavam a “aquecer os motores” para o arranque efetivo da laboração, tendo decorrido, ao longo do verão, um período de “ajustes” e de “testes” dos equipamentos e da produção.
Presentemente, as unidades “empregam, em conjunto, 98 pessoas”, adiantou Paulo Marchioto, lembrando, contudo, que o investimento global da Embraer prevê a criação, quando chegar à “velocidade de cruzeiro”, de “600 postos de trabalho diretos e 1.400 indiretos”.
A Embraer já divulgou, em junho, que as fábricas de Évora vão estar ligadas a “três aviões novos” da empresa, dois destinados à aviação executiva (os Legacy 450 e 500) e a aeronave militar KC-390, que está a ser desenvolvida em colaboração com Portugal.
A construtora brasileira espera, “no final do ano”, proceder às primeiras entregas oriundas de Évora e destinadas às linhas de montagem da Embraer no Brasil.
FONTE: Bomdia.lu