Encontrando-se parcialmente selada por um espesso manto estalagmítico, a gruta é constituída por várias salas e galerias que atestam, grosso modo, cerca de 50 000 anos de História, ilustrados pelas representações gráficas realizadas no seu interior.
A primeira ocupação remonta ao Paleolítico Médio, quando grupos de caçadores-recolectores neandertalenses utilizaram a gruta como abrigo temporário durante a prática da caça, cujo alvo principal deveriam ser, entre outros, o auroque, o veado e o cavalo, a julgar pelos vestígios osteológicos aí encontrados. Durante o Paleolítico Superior (35 000 – 8 000 a.C.), o espaço da gruta sofreu um reaproveitamento, surgindo, então, um santuário rupestre concebido por grupos anatomicamente considerados modernos. Data precisamente desta época a utilização das paredes do seu interior como suporte de realização de diversos motivos artísticos, inseridos no vasto universo da denominada Arte Pré-histórica.
No epicentro destas representatividades encontra-se sempre o elemento faunístico, com especial destaque para os equídeos e os bovídeos, geralmente pintados a negro. Está ainda presente um outro conjunto de componentes realizados a encarnado, com uma carga simbólica que só com dificuldade poderemos tentar interpretar em virtude de conectarem-se, muito provavelmente, a uma imagética e espiritualidade muito próprias, das quais se perderam, há muito, os registos.
Entretanto, foi somente com a emergência do Neolítico (5 000 a.C. – 3 000 a.C.), que a gruta foi transformada em cemitério das comunidades de agricultores e pastores localizadas nas suas imediações. O ritual funerário é composto pela deposição do morto no seu interior, à superfície, acompanhado de espólio constituído por diversos artefactos, tais como vasos cerâmicos, machados e enxós em pedra polida, lâminas e lamelas em sílex, além de diferentes tipos de adornos realizados em osso e concha.
Terão sido estes mesmos grupos populacionais que, aproveitando as lajes calcárias do exterior da gruta, gravaram diversos motivos esquemáticos e animais estilizados, formando um santuário rupestre ao ar livre no cerro que se lhe sobrepõe.
Quando, no final do Neolítico, a gruta foi encerrada, o seu espaço começou a ser habitado por comunidades do Calcolítico (2 000 a.C.), construindo-se um povoado fortificado, assim como um tholos megalítico de falsa cúpula, situado a uma distância de cerca de 600 metros, caracterizado por uma câmara circular, corredor e átrio de acesso ao seu interior.
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Endereço : Direcção Regional de Évora Rua de Burgos, n.º 5 7000-863 Évora
Horário : 9:00/12:00 – 13:30/17:00
Encerra nos feriados de 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro
Ingresso Gruta :
Normal : € 2
Jovens (15 a 25 anos) e reformados : € 1
Portadores do Cartão Jovem : € 0.8
Crianças até aos 14 anos : gratuito.
Centro de Interpretação :
Normal : € 2
Jovens (15 a 25 anos) e reformados : € 1
Portadores do Cartão Jovem : € 0.8
Crianças até aos 14 anos : gratuito.
Telefone : +351-266 857 200 Fax : +351-266 769 855 E-mail : dre.ippar@ippar.pt
Serviço Educativo : Decorre no Centro de Acolhimento e Interpretação, instalado em Santiago do Escoural : Rua Dr. Magalhães de Lima, n.º 48 7050-556 Santiago do Escoural tel. +351 266 857 000
Fornece a mais variada e completa informação respeitante às diversas ocupações arqueológicas detectadas, tanto no interior, como no exterior do monumento, mediante a apresentação de documentação escrita e gráfica, para além da exposição permanente de alguns artefactos encontrados durante as escavações. Sugere-se uma visita prévia a este Centro e, posteriormente, à Gruta.