Elisabete sofria de pedra na vesícula. Em 12 de Janeiro de 2009 foi submetida a uma colecistectomia laparoscópica (cirurgia para retirar a vesícula), procedimento comum nestes casos. A operação, no Hospital de São José, não correu bem: para suster uma hemorragia no leito vesicular, os cirurgiões, Manuel Vasconcelos e José Matos, colocaram várias compressas. O problema resolveu-se com cola biológica mas uma compressa ficou esquecida no abdómen da mulher.
Elisabete teve alta em 23 de Janeiro e, três dias depois, começou a sentir dores abdominais. Voltou ao HSJ, fez uma ecografia e exames hematológicos: nada detectaram. Só uma TAC ‘descobriu’ a compressa, com 3,3 centímetros. Elisabete voltou ao S. José, onde, a 6 de Fevereiro, lhe foi retirada a compressa.
Agora, o Ministério Público acusou os dois médicos e a enfermeira instrumentista, Marina Rocha. Segundo o despacho de acusação, a que o CM teve acesso, mandam os procedimentos do Centro Hospitalar de Lisboa Central que a contagem das compressas utilizadas nas cirurgias seja feita por dois profissionais. Neste caso, só foi feita pela enfermeira. Além disso, os médicos não ordenaram a realização de raio-x para confirmar que não havia compressas no corpo da paciente. Os arguidos, acusados de crime de ofensa por negligência, incorrem em pena de prisão até um ano. Elisabete não sofreu sequelas permanentes.
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