O presidente da Associação de Obesos e Ex-obesos de Portugal (ADEXO) afirmou esta quinta-feira que as cirurgias contra a obesidade estão praticamente paradas e que alguns hospitais deixaram mesmo de as realizar, engrossando os tempos de espera para esta operação.
Carlos Oliveira falava à agência Lusa a propósito de uma portaria do Ministério da Saúde, publicada esta quinta-feira em Diário da República, que integra as cirurgias de obesidade nos contratos-programa dos hospitais e inclui a realização de novos procedimentos no Programa de Tratamento Cirúrgico da Obesidade (PTCO).
“Deixa de ser efectuada a contratualização desta área mediante financiamento autónomo passando a aplicar-se (…) as regras gerais estabelecidas para a produção realizada naquele tipo de estabelecimentos”, refere a portaria que tem efeitos retro activos a 1 de Janeiro.
A portaria “vem passar para o papel aquilo que foi feito no início do ano, quando orçamentaram zero para o PTCO”, disse Carlos Oliveira.
Em 2010 e 2011 tinham sido orçamentados 12 milhões de euros para o tratamento, o que obrigava os 19 hospitais públicos a fazerem 2.600 cirurgias por ano.
“Não havendo orçamento para o programa, os hospitais públicos fizeram algumas cirurgias por acréscimo, mas muitos deles mandaram parar”, frisou.
Carlos Oliveira apontou o caso do Hospital de Faro que “tem mais de 400 doentes inscritos e parou de fazer esta cirurgia”.
Contactado pela Lusa, o presidente do Conselho de Administração do Hospital de Faro confirmou que o hospital deixou de realizar estas cirurgias, mas explicou que não foi por motivos de natureza económica.
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