O Ministério Público de Aquila pediu uma pena de quatro anos de prisão para sete cientistas acusados de homicídio involuntário por terem subestimado os riscos do sismo que abalou aquela cidade italiana em 2009, causando 300 mortos.
O procurador Fabio Picuti, que iniciou hoje a apresentação das suas alegações contra os sete membros de uma comissão, disse que estavam reunidos a 31 de março de 2009 “grandes riscos” em Aquila, seis dias antes do sismo que causou 309 mortos na região, e acabou a pedir quatro anos de prisão para os arguidos, segundo os orgãos de comunicação social italianos.
O magistrado denunciou que a comissão de cientistas, após uma reunião então realizada, apenas transmitiu “informações banais, inúteis, auto-contraditórias e falaciosas”.
Entre os sete acusados figuram grandes nomes da ciência em Itália, como o professor Enzo Boschi, até recentemente presidente do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, ou um professor de Física da Universidade de Génova, Claudio Eva.
A Justiça acusa-os de terem fornecido informações demasiado tranquilizadoras à população, que poderia ter-se protegido se tivesse sido corretamente informada.
“Boschi declarou: eu afasto (a hipótese) de um sismo. Uma frase que carece de prevenção e que foi desmentida pelos factos. As pessoas morreram devido a essa frase”, disse o procurador Picuti.
Durante uma reunião a 31 de março de 2009, a comissão devia analisar uma série de abalos sísmicos que tinham sacudido Aquila durante os meses que precederam o sismo e fornecer indicações às autoridades locais, para tomarem eventuais medidas preventivas.
A comissão indicou que não foi possível prever a eventual ocorrência de um sismo mais forte.
A defesa dos acusados vai apresentar as suas alegações nos dias 9 e 10 de outubro e depois o tribunal apresentará o seu veredito antes de 23 de outubro, segundo o site na Internet do jornal Il Tempo.
FONTE: Bomdia.lu