Num testemunho em que as prendas de Natal foram o tema dominante, Eduardo Catroga afirmou ontem, no Tribunal de Aveiro, que dar e receber presentes nesta época do ano é “normal”. O ‘chairman’ da EDP, chamado a depor pela defesa do arguido José Penedos, no âmbito do processo ‘Face Oculta’, considerou que se trata de uma prática corrente e que não a encara como tentativa de condicionar decisões.
“Nunca me passou pela cabeça que alguém se deixasse condicionar por uma salva de prata”, afirmou Catroga, contrariando a tese da acusação – segundo a qual Penedos, enquanto presidente da REN, recebeu várias prendas de Manuel Godinho para beneficiar o sucateiro em concursos públicos. Para o ex-ministro das Finanças, porém, esse é um hábito normal. “Quanto maior o grau de responsabilidade, maior a quantidade de prendas que se recebe”, disse Catroga, adiantando ainda que na Páscoa também lhe eram enviados vários presentes.
“É um costume que sempre existiu, sobretudo no tempo das vacas gordas”, acrescentou. Questionado pelo procurador do Ministério Público sobre os códigos de ética e conduta das empresas, Catroga foi peremptório: “Trata-se de auto-regulação e consciência da própria empresa. Não conheço códigos de ética que proíbam receber prendas de Natal.”
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