A intenção do PSD de extinguir o Ministério da Cultura (MC), caso vença as eleições legislativas, é uma “certidão de óbito” passada a um setor que “está completamente morto há muito tempo”, disse esta segunda-feira Manuel Maria Carrilho.
O antigo ministro da Cultura do governo socialista de António Guterres lamentou a intenção do PSD, mas culpou o atual primeiro-ministro, José Sócrates, pela “mais miserável política cultural que o país conheceu desde o 25 de abril de 1974”.
Carrilho olha para o atual governo e fala de uma “devastação institucional”, acrescentando que a “cultura deixou de ter qualquer papel na estratégia de desenvolvimento do país”.
“Com este anúncio tenho verdadeiramente pena que não se perceba que a alternativa devia ser refundar o Ministério da Cultura e as políticas públicas de cultura que deixámos totalmente de ter no domínio do património, das artes, do livro, em articulação com as indústrias criativas”, afirmou.
Responsável pela criação de um Ministério da Cultura em 1995, que até então não existia, Manuel Maria Carrilho sublinhou que a Cultura devia ser um dos setores “a alavancar a saída da crise”.
Carrilho escreveu em 2009 uma proposta de refundação das políticas culturais que ia nesse sentido, mas lamentou que as suas ideias não tenham sido acolhidas agora nas novas propostas do governo.
No domingo, O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou que, se formar governo, a cultura deverá ficar na dependência direta do primeiro-ministro, deixando de haver um ministério próprio para esta área.
Bomdia.lu