Fadista canta sexta-feira no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, num espetáculo em que comemora 50 anos de uma carreira dedicada à canção de Lisboa.
Correio da Manhã – O que está a preparar para este espetáculo dos 50 anos de carreira no Mosteiro dos Jerónimos ?
– Não queria revelar muito, até porque é preciso manter alguma surpresa, mas posso dizer que vou fazer uma coisa que nunca fiz, que é contar e cantar a minha vida artística desde o início.
– Ao fim de 50 anos, ainda consegue montar espetáculos inovadores e inéditos?!
– Não é difícil ser imaginativo, porque este campo da música é apaixonante. Na verdade, sou um sortudo, porque os grandes compositores deste país têm escrito para mim. Sinto-me muito bem e, às vezes, saem-me umas ideias malucas [risos], mas é por pura inquietação. Nunca me deixo adormecer.
– O que é que ainda existe daquele jovem Carlos do Carmo que em 1962 assumiu a gerência do Faia e começou uma relação mais profissional com o fado?
– Mentalmente existe ainda o mesmo puto sonhador dessa altura, mas fisicamente existe alguém que de vez em quando tem que fazer um TAC.
– Mas continua de boa saúde…
– Tenho um velho amigo de liceu, que já está aposentado mas que continua a ser a pessoa que ainda hoje me faz os TAC, que me diz sempre a mesma coisa: “Ó Carlos, eu não vejo nada de especial, mas há muita ferrugem lá por dentro” [risos].
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