A atriz Rita Blanco, que participa no filme “Amour”, de Michael Haneke, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes, disse à agência Lusa que o galardão “foi uma boa surpresa”.
Entre 22 longas-metragens em competição pelo prémio principal, “Amour” mereceu a preferência do júri, presidido nesta 65.ª edição pelo cineasta italiano Nanni Moretti.
“Eu estava em Cannes quando o filme foi exibido. Tinha sido muito bem aceite porque recebeu muitas palmas do público. Percebi que poderia ganhar, mas é sempre uma boa surpresa. Estou muito contente pelo Michael Haneke”, disse Rita Blanco contactada pela Lusa.
A atriz, de 49 anos, encontra-se atualmente em Paris a participar nas rodagens de um novo filme, sobre o tema da emigração portuguesa, primeira longa-metragem do jovem realizador luso-descendente Ruben Alves.
“Gostei muito de trabalhar com o Michael Haneke e sei que deve estar muito feliz. Ele pensou naquele filme durante mais de dez anos”, apontou.
Rita Blanco comentou que aparece “apenas em três cenas do filme”, onde interpreta uma porteira do edifício onde habita o casal que é o centro da história.
“Amour” – protagonizado por Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva e Isabelle Huppert – conta a história de um casal de octogenários que levam ali uma existência tranquila, alterada quando a mulher sofre um acidente vascular-cerebral.
Michael Haneke ganhou pela segunda vez o prémio mais importante do festival, depois de ter conquistado a Palma de Ouro em 2009 com “O Laço Branco”, e em edições anteriores o prémio de Melhor Realizador com “Nada a Esconder”, e o Grande Prémio do Júri por “A Pianista”.
Rita Blanco relatou que Haneke a tinha visto no filme “Ganhar a Vida”, de João Canijo, que também passou em Cannes e convidou-a a entrar neste projeto.
A atriz não aceitou de imediato porque tinha outros compromissos de trabalho, e Haneke ainda fez testes com atrizes espanholas, mas decidiu-se por Rita Blanco e esperou até ela poder participar.
“Fico muito contente por ele. É um bom filme. Os prémios valem o que valem, mas [o festival de] Cannes ainda é a meta. É onde se mostra o bom cinema”, salientou, referindo ainda que, apesar da situação difícil em Portugal, deseja muito “continuar a fazer cinema português”.
FONTE: Bomdia.lu