O presidente da Cáritas Portuguesa admitiu que a atual vaga de emigração não tem tendência para abrandar e considerou um erro incentivar a saída daqueles que seriam “o garante do futuro do país”.
Questionado pelos jornalistas no final de um encontro em Lisboa sobre a vaga de emigração que se regista em Portugal e os problemas que enfrentam os emigrantes, Eugénio Fonseca considerou que, a manter-se o atual aumento da taxa de desemprego, o recurso à emigração não deverá abrandar.
“Estamos a falar da luta pela sobrevivência e o ser humano faz tudo para sobreviver, por vezes não olha a meios”, disse, defendendo a aposta na informação para que os portugueses não emigrem “às cegas”.
Sublinhando que “emigrar é um direito”, o responsável considerou um erro os recentes apelos à emigração, por parte de governantes portugueses.
“Acho muito mal que se faça apelos à emigração, sobretudo dirigidos a um perfil de pessoas que são o garante do futuro do país”, disse, lembrando que muitos dos atuais emigrantes são jovens e qualificados e poderão não querer voltar a Portugal.
“Quem é que assegurará o desenvolvimento, senão os mais novos e os mais qualificados”, questionou.
Para Eugénio Fonseca, os apelos à emigração são “uma forma simples” de o governo se libertar dos problemas: “É mais fácil ter os desempregados lá fora do que tê-los aqui e procurar apoios sociais para eles”.
FONTE: Bomdia.lu