O bispo emérito de Setúbal, Manuel Martins, apelou a um entendimento dos principais partidos políticos para livrar Portugal da situação “desgraçada” em que o país se encontra, em vez de jogarem como clubes que querem ganhar o jogo.
Em declarações à agência Lusa, Manuel Martins lamentou a “situação gravosa, agravada e sofredora de grande parte dos portugueses”, a qual deve levar a “uma reflexão” com vista a “salvar Portugal”.
Para tal, defendeu, os partidos políticos devem “dar as mãos” e procurar, “em conjunto, ainda que salvaguardando as suas filosofias”, os caminhos certos “para nos libertarmos desta situação tão gravosa em que nos encontramos”.
Esta solução é diferente daquela a que o bispo disse muitas vezes assistir dos partidos “a jogarem no terreno como clubes que querem ganhar a partida, o jogo, recorrendo a slogans que são mais enganadores do que a verdade”.
Sobre as manifestações anunciadas nas redes sociais para sábado, Manuel Martins lembrou que essas são “um direito constitucional”, mas ressalvou: “O direito à manifestação, sendo constitucional, não implica o direito ao insulto”.
“Tenho pena, como português, de ver o meu povo a recorrer ao direito de manifestação para manifestar a sua má criação. O insulto não é constitucional. O insulto diz mal de quem insulta”, disse.
Manuel Martins alertou ainda para o risco de manipulação deste tipo de manifestações.
“Dói-me pensar que estas manifestações, ou os que aparecem às manifestações, são normalmente aproveitados, manipulados pelos condutores de multidões. É um crime muito grave e um atentado muito grave à dignidade e nobreza das pessoas”, afirmou.
Segundo o bispo, “muitas vezes, em nome do direito das pessoas, cometem-se esses erros que são anti-humanos e muito graves”.
Manuel Martins disse acreditar que “muita, muita gente vai livremente”, mas garantiu que neste tipo de iniciativas há manipulação.
FONTE: Bomdia.lu