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Bruxelas
4 Outubro 2023

Biografia de Florbela Espanca

São reconhecidas nas suas obras influências de Antero de Quental e de António Nobre e no seu estilo observam-se reminicências dos estetecistas e parnasianos. A intensidade erótica que transmitem os seus poemas oscila entre o extremo egocentrismo, o sublime sacrifício – com traços de Mariana Alcoforado – e os momentos de bem-aventurança plena, na qual a fusão total com o objeto amado a aproxima de Deus. De uma lírica emocional e ardente, saltam ante o leitor todos os estados amorosos, desde a ternura sincera à exaltação sensual, à tristeza dos momentos de lucidez, à decepção, ao desencanto e ao agudo sofrimento. As inflexões contrastantes da sua poesia não são construções literárias e formais ; originam-se na própria vivência do arrebatador e do adverso, do narcisismo e da anulação.

Os seus versos transportam à imensa planície do Alentejo, de onde é originária, sempre presente e sugerida em imagens de extrema sensibilidade e beleza. A sua primeira obra publicada foi Livro de Mágoas (1919), a que se seguiram Livro de Soror Saudade (1923) ; Juvenília (1931), que reúne a produção poética de 1916-1917 ; Charneca em flor (1931), em cuja segunda edição, desse mesmo ano, se juntaram os sonetos Reliquiae ;Cartas (1931) ; As máscaras do destino e Dominó negro (contos, 1931). Foi publicado, também, Sonetos completos, já com 24 edições. A consciência clamorosa da solidão no amor, os excessos de insatisfação traduzidos na ânsia de infinito, de absoluto, que ficam mais dramáticos pela comprovação do caráter transitório da existência, a profunda depressão causada pela morte do irmão e o malogro de três casamentos a conduzem à desesperada opção do suicídio, no dia em que faria 36 anos.

Adaptado do site www.falalingua.hpg.ig.com.br

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