Bento XVI começa hoje uma visita ao Líbano, onde deverá essencialmente apelar aos cristãos para trabalhar para a paz e para a democracia em sintonia com o Islão.
A escolha do Líbano – tomada antes da “primavera árabe” – para entregar a exortação apostólica (mensagem) do sínodo de 2010 sobre o Médio Oriente não foi feita ao acaso.
O Líbano é o único Estado da região que inscreveu na Constituição a coexistência de diferentes confissões e o único país do mundo árabe a ser dirigido por um presidentre cristão.
Numa homenagem à coexistência de muçulmanos e cristãos, João Paulo II afirmou há 15 anos, durante uma visita histórica: “o Líbano é mais que um país, é uma mensagem”.
Com 85 anos, o papa quis fazer esta viagem, talvez a mais difícil do pontificado, devido à tragédia em que vivem muitos cristãos do Oriente no berço do cristianismo, confrontados, nomeadamente, com o aumento do islamismo radical.
Atualmente, o Líbano é um país dividido entre uma coligação sunita e cristã hostil a Damasco e um bloco liderado pelo Hezbollah xiita e os aliados cristãos partidários do regime sírio.
Bento XVI pronunciará pelo menos sete discursos durante esta primeira visita ao Líbano, onde os cristãos representam 34,9 por cento e os muçulmanos 64,6 por cento dos 4,6 milhões de habitantes.
Os grandes momentos da viagem serão o encontro, no sábado no palácio presidencial de Babada, com responsáveis políticos e religiosos, incluindo os chefes de comunidades muçulmanas (sunita, xiita, alauita e drusa), e, no domingo, uma missa solene no City Center Waterfront de Beirute.
Os muçulmanos libaneses deverão acolher calorosamente o papa e as expetativas das comunidades cristãs, profundamente inseguras pelo conflito sírio, são elevadas.
FONTE: Bomdia.lu