A Associação Portuguesa da Castanha, hoje formalizada em Vila Real, quer pôr o país a comer castanha e aumentar a área de produção em pelo menos mais 12 mil hectares.
A escritura pública decorreu numa cerimónia na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), onde vai ficar sediada a associação.
Esta organização nasce no seio da rede nacional da fileira da castanha – RefCast –, que há três anos defende um aumento da área de produção e quer incentivar o consumo no país.
José Gomes Laranjo, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), vai liderar a comissão instaladora da associação até à realização de eleições, ato que deverá decorrer nos próximos dois meses.
O responsável salientou os grandes desafios que a fileira da castanha tem pela frente: aumentar a produção nacional e ensinar os portugueses a comer este produto
José Gomes Laranjo referiu que é o mercado internacional, que absorve grande parte da produção nacional, que está na base desta necessidade de crescimento.
Por isso mesmo, frisou que o objetivo é aumentar a área de souto em mais 12 mil hectares e reforçar a capacidade produtiva em mais seis mil hectares.
Depois, salientou, é ainda preciso pôr os portugueses a comer este fruto para além da época de produção e da tradicional castanha assada.
“Entendemos que a castanha tem um enorme potencial alimentar”, frisou.
Estes projetos estão inseridos numa candidatura apresentada em 2011 à rede rural e que ainda aguarda por aprovação.
Depois, através da RefCast, pretende-se ainda ajudar a “combater as doenças que afetam os castanheiros, como o cancro e a tinta.
“Uma boa parte dos nossos soutos sofre de problemas graves de doenças e de fertilidade, que lhes tiram capacidade produtiva”, referiu.
Este fruto é considerado por muitos como o petróleo ou o ouro da montanha.
Em Portugal, existem cerca de 35 mil hectares de soutos e, segundo José Gomes Laranjo, estima-se que poderão estar envolvidas na produção cerca de 17 mil a 20 mil famílias.
A produção nacional rondará entre as 45 a 50 mil toneladas, que renderão aos produtores cerca de 50 milhões de euros.
Num ano de produção média, Portugal pode exportar uma média de 12 mil toneladas.
LUSA